“Com uma voz sem som descobri nas letras o grito que fala do que vê o coração e do que sente os olhos ante a injustiça, o preconceito, a desigualdade e o medo.” Adriana Kairos
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
VERMELHA
Vermelha
Hoje amanheci mais vermelha do que sempre.
Apesar do rosa estar na moda
Esta manhã, um sentimento encarnado marcou
Meus pulmões e meu ânimo.
Confesso que também tive medo
Cheguei até a desacreditar
Intuição X senso comum
Muito está por vir, eu sei
Alegrias e decepções também
Como não?
Mas, hoje, primeiro de janeiro de 2011
Ouvi de uma irmã de condição dizer
“Sim, a mulher pode!”
Por algum motivo, acreditei
Inspirei esperança
Enchi-me de coragem
Amolei minha foice
Tomei meu martelo
Ergui os punhos...
A luta continua, companheiras!
Adriana Kairos
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Manifesto
Manifesto
(Victor Jara)
Yo no canto por cantar
ni por tener buena voz
canto porque la guitarra
tiene sentido y razon,
tiene corazon de tierra
y alas de palomita,
es como el agua bendita
santigua glorias y penas,
aqui se encajo mi canto
como dijera Violeta
guitarra trabajadora
con olor a primavera.
Que no es guitarra de ricos
ni cosa que se parezca
mi canto es de los andamios
para alcanzar las estrellas,
que el canto tiene sentido
cuando palpita en las venas
del que morira cantando
las verdades verdaderas,
no las lisonjas fugaces
ni las famas extranjeras
sino el canto de una alondra
hasta el fondo de la tierra.
Ahi donde llega todo
y donde todo comienza
canto que ha sido valiente
siempre sera cancion nueva.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Intimidade
Intimidade
Amassei pão, varri casa, tratei dos bichos, limpei cu de criança, dei porque tinha que dar, mas nada me deixa mais feliz que momentos como esses, em que estou comigo e com meu vestido branco de laços. Comida pronta, casa arrumada, bichos alimentados, criança limpa, homem satisfeito e longe daqui. Eu e meu vestido. Eu, o meu vestido e o vento. Eu, meu vestido, o vento e suas músicas. Suas músicas e minhas mãos. Minhas mãos no tecido macio e fino do vestido e minhas coxas. Minhas coxas, meus gemidos... Meu riso. Minha secreta felicidade.
Adriana Kairos
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
El amor
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"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."
Clarice Lispector