sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Perdição


Perdição

Adriana Kairos



Perdeu-se de si mesma. E por mais que tentasse e vagasse, espalhasse cartazes, gritasse, denunciasse e se espalhasse chamando a atenção... Não se encontrou mais em si. Ficou tudo tão revolto e estranho. Perdeu-se em olhos alheios. Olhos que talvez jamais a quisesse encontrar. Garante que ainda voltará a se encontrar. Ojalá que assim seja...

Palavras demais de um lado só dos ouvidos, vozes demais dentro e fora de si. Sensação de cansaço e desespero, lascívia e medo. Confusão! Querer demais, vontade demais e ímpeto de menos. Perdera a prática ou esquecera como é?

Dizia curtir a sombra das noites sem lua e o gelo do uísque nas madrugadas frias. Não sabia nem mudar de assunto. Disse que faltou aquele beijo que não foi. Que faltou matar a navalha o desejo que escorria, a fantasia... Mas o que faltou mesmo foi jogar uma peça a mais do jogo, alguns instantes mais e pronto... Perdia-se de vez de si.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Agradecimentos a galera do Colégio Logosófico
















Agradecimentos a galera do Colégio Logosófico



Gostaria de compartilhar com todos um momento que me encheu de alegria e encantamento. Ontem, dia 6 de setembro, o Colégio Logosófico de Botafogo, me recebeu para um delicioso bate-papo com os alunos do 6º ao 9º ano. O convite foi iniciativa do professor de literatura da instituição, o professor John Keating*. Ops! É quase isso. (risos) O professor Tiago Cavalcante, que trabalhou com os alunos o meu livro: Clarabóia.

A proposta da equipe docente do colégio era tentar fazer com que os alunos “entendessem de maneira mais consciente o problema da violência que todos vivemos hoje no Rio de Janeiro”, optando desta forma, pensar com eles (os alunos) “temas como: favela, criminalização da pobreza, movimentos sociais, corrupção policial”, dentre outros assuntos.

Na ocasião os alunos apresentaram peças sobre os textos: “O sonho de milhões”, “Depoimento” e “La Pietà”. O palco estava lindamente decorado com pipas coloridas e cheias de poemas fazendo alusão ao texto “A pipa” que compõe o livro utilizado pelo professor. Um sonho! E como se não bastasse isso tudo para que me deixassem toda derretida (risos), os alunos ainda musicaram uma de minhas poesias, “Asas de Ícaro”. Ficou lindíssimo. Fiquei realmente sem palavras.

Só me resta agradecer a todos, aos alunos, que me acolheram e cativaram de maneira muito carinhosa, ao professor Tiago, pela coragem de tratar tal assunto com tanta intensidade e ainda mais com um livro como este, que definitivamente não foi escrito para crianças, mas, que serviu para mostrar a competência e a grandeza de profissionais, que como ele, está de fato, comprometido com a Educação em todos os sentidos da palavra; e claro a todo o corpo docente do Colégio Logosófico meu muito obrigado pelo carinho e respeito. Saibam que é recíproco o sentimento.


*professor de literatura do filme A Sociedade dos Poetas Mortos

"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."

Clarice Lispector