“Com uma voz sem som descobri nas letras o grito que fala do que vê o coração e do que sente os olhos ante a injustiça, o preconceito, a desigualdade e o medo.” Adriana Kairos
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
A minha língua
A minha língua
A minha língua
Lambe
A borda direita da folha
De onde palavras suicidas se atiram
Estúpidas,
Não morrem
Partem-se em dois
E sangram em minha língua
Versos insuficientes
Boca aberta
Caneta em punho
Precipitam-se vocábulos
De minha mente
Doente
Ao abismo branco
Infinito
De uma folha de papel
Vexada
Sangrada
Lambida
De palavras vãs
Carentes de ti.
Adriana Kairos
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"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."
Clarice Lispector