“Com uma voz sem som descobri nas letras o grito que fala do que vê o coração e do que sente os olhos ante a injustiça, o preconceito, a desigualdade e o medo.” Adriana Kairos
domingo, 3 de abril de 2011
Olha no que deu o "mamãe querida..."
Gente,
É com um imenso prazer que apresento Raul Kairos, meu filho, mas, acima de tudo um talentoso aprendiz de escriba. A partir de hoje, ele terá sua própria coluna aqui no Cartografia e quinzenalmente (ele prometeu) teremos textos novos. Que chic, não! Ai, ai, “tesouro”! rs
Muito bem, convido a todos a ler o seu conto de estréia: Rafael, o nerd - na balada, e aviso, tem mais de RKairos por vir. Tenho certeza de que vocês vão gostar. O moleque promete!
Bjks e boa leitura!
(texto abaixo)
Rafael, o nerd - na balada
Rafael, o nerd - na balada
Raul Kairos
- Oi. Eu sou Rafael.
- Posso saber seu nome?
Imaginando a resposta, analisando os fatos e pensando no que dizer depois, Rafael gela por dentro. Nerd que é, não muito experiente nesse tipo de diálogo, precisara tomar alguns drinks antes de ter esse ímpeto.
- Sim, Camila.
Ponto para Rafael que, mesmo que por trinta segundos, estabelecera diálogo com um ser do sexo oposto.
Sua mente rodava, procurando a próxima atitude quando disparou:
- Você é de uma magnitude esplêndida! Quer sair comigo?
Antes de receber a resposta, toda sua vida passou diante dos seus olhos e seu coração bateu demasiadamente forte. Respirava ofegante, sem se deixar perceber. Lembrou de todas as operações matemáticas complexas que já acertara na vida e de repente... a resposta.
- Não! Que droga de papo é esse? Se enxerga! Quem você acha que é? O Bill Gates!? E que óculos é esse?
Um dia ela se arrependerá amargamente. No entanto, hoje, conseguira deixar o, tão brilhante, jovem sem jeito. Bastava dizer não. Sutil...
Sentiu que já tinha se aventurado o bastante por uma noite e decidiu terminá-la por ali. Arrasado, Rafael foi embora.
- Game over.
"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."
Clarice Lispector