“Com uma voz sem som descobri nas letras o grito que fala do que vê o coração e do que sente os olhos ante a injustiça, o preconceito, a desigualdade e o medo.” Adriana Kairos
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Meus cadernos
Meus cadernos
Divido com meus cadernos, desde pequena, os sentimentos e sentidos que se embolam em mim. As crises cheiram à grafite apertados sobre as folhas. Os erros, borracha branca. As alegrias são das cores das canetinhas e os sonhos pincelados a guache. Quanto às burrices... Ah... Vou desdobrando as pontas das folhas.
Cuido bem dos meus cadernos coloridos. Amo suas páginas. E apesar de desejar rasgas as que estão cinzentas à grafite, as respeito. A seu modo, elas também me fizeram bem. Ajudaram-me a crescer.
São os meus melhores amigos. Confidentes. Sempre prontos às cores, aos rabiscos, às lágrimas, ao guache...
Quando eu era menina, ouvi Chico cantar quem era o Caderno. Comprovei que são mesmo assim e até mais! Os meus cadernos são o meu mundo de pauta, espiral e capa dura.
Adriana Kairos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."
Clarice Lispector
Um comentário:
Que delícia foi me deparar com esse texto.
Se não bastasse a beleza e leveza, ainda me deparo com meu querido Chico ao final (rs)
Dri, eu tenho o mesmo lance com os cadernos, mas por um certo período senti vergonha da minha sinceridade e toquei fogo em alguns.
Precisei virar mulher para voltar a ser criança e escrever sem parar e sem temer, sem temer a mim.
Super beijo.
Parabéns pelo lindo texto
Postar um comentário