“Com uma voz sem som descobri nas letras o grito que fala do que vê o coração e do que sente os olhos ante a injustiça, o preconceito, a desigualdade e o medo.” Adriana Kairos
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Exílio
Exílio
Sem suas mãos
Falta-me a estabilidade
Da paixão transpirada
Corrompida
Pela vastidão do amor
Negado pela burrice
Da distância
Meu travesseiro conhece
A escassez da longitude
De seus dedos.
Encharcado
Soluça comigo
Cúmplice mudo da dor.
Sem sua boca
Sinto-me sem voz
Sem motivo para o batom
Sufocada por uma canção
Omitida
Frágil segredo
Guardado para ti
Não há outra voz
Que me entorpeça
Outra qualquer
Só desalenta
Efêmera
Sadista
Plagiam a fantasia
Do desejo de ouvi-lo
Mais uma vez
Não há outro toque
Que me encante
Nem condão que me desperte
Se a tua pele tange
Meu corpo
Ávido
Desesperado
Por um veio que seja
De ti
Desamparei o orgulho
Para rogar que voltes
Abandonei a ilusão
De deslembrar-te.
Apenas uma convicção
Alenta-me
A crença de que
Também não me esqueceu.
Adriana Kairos
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"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."
Clarice Lispector
6 comentários:
Adriana!
Passei aqui no seu espaço!
Fiquei encantado com seus belos poemas!
Virei aqui ouras vezes!
Beijos!
[..] Sem motivo para o batom.
É incrível a maneira como vc "cria" frases que em poucas palavras, dizem tantas e tantas coisas...
Por isso que eu digo: vc sabe o que faz! Aliás: vc sabe (muito bem) o que escreve; faz isso com maestria!
bjão amiga!
Como sempre, lindo... (Isso já virou clichê... hahahaha! Mas como sempre mesmooo: tá lindo...)
Adorei Adriana!
Beijos.
Confesso que estou passando a apreciar mais esse "negócio" de poesia.
Parabéns!
Simplesmente DEZ!
Simplesmente DEZ!
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