sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A minha língua




A minha língua



A minha língua

Lambe

A borda direita da folha

De onde palavras suicidas se atiram

Estúpidas,

Não morrem

Partem-se em dois

E sangram em minha língua

Versos insuficientes

Boca aberta

Caneta em punho

Precipitam-se vocábulos

De minha mente

Doente

Ao abismo branco

Infinito

De uma folha de papel

Vexada

Sangrada

Lambida

De palavras vãs

Carentes de ti.




Adriana Kairos

3 comentários:

Rafaela Dutra disse...

[...] A minha língua lambe a borda direita da folha, de onde palavras suicidas se atiram estúpidas,não morrem. Partem-se em dois e sangram em minha língua versos insuficientes boca aberta, caneta em punho precipitam-se vocábulos de minha mente doente ao abismo branco infinito de uma folha de papel vexada, sangrada, lambida de palavras vãs carentes de ti.


Adriiiiiiiii!
O poema é tão lindo que não pude deixar de colocar esse trecho - ainda que extenso - aqui! Perfeito.
Vc como sempre transcrevendo aquilo que o coração fala!
bjo, bjo!

Paulo Rogério disse...

Cartas sem respostas... sequer postadas... Como doem!
Sensual, insensato amor!
(pss.: o livro foi custeado pelos próprios autores, salvo os melhores colocados, através do Organizador. É daqueles que, sendo o primeiro, a gente quer distribuir para todo o mundo... então, creio não tenha sido comercializado... Talvez haja algum participante próximo seu, lhe mandarei um rol oportunamente).
Beijo! Te vi no "O Globo". Parabéns!

WNet Lan House e Comunicação Visual disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."

Clarice Lispector