quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ilusões e escolhas


Ilusões e escolhas



Há treze anos, Ana viu-se abandonada com seu rebento. Apesar de toda desgraça pré-anunciada, que a escolha de criá-lo sozinha trazia, ela o amou e prosseguiu. Mas alguém teve dó de seus tortos caminhos e foi então agraciada com um príncipe que a amava mais que a qualquer outra coisa, menos a seu passado.

Nos anos seguintes tudo ia bem... Pensava. A apaixonada Ana não conseguia (ou não queria) enxergar o duelo que travava seus dois amores, e um dia tudo explodiu. Com um olho roxo o príncipe decretou que seu passado já não poderia estar mais debaixo do mesmo teto que ele. O passado era forte demais e o acertou em cheio.

Ana vê-se de novo tão infeliz quanto no início. Não é justo perder um amor de verdade pensou, mas também não é justo abandonar, mais uma vez, alguém que só tem pagado por suas escolhas infelizes.

Na última terça-feira fez o que acreditava ser o melhor a fazer. Renunciou a seus amores e fugiu para o abandono de suas ilusões. Sua tristeza nunca mais foi vista.





Adriana Kairos

Um comentário:

Isaque Criscuolo disse...

Ah, Obrigado pelo comentário e pelos versos; Abraço!

"Às vezes, tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconscientes, eu antes não sabia que sabia."

Clarice Lispector